Depois de The Legendary Tigerman, os Sons À Sexta trouxeram à Moagem, no Fundão, dia 6 de Março, Conjunto Corona, numa noite dedicada ao lo-fi hip hop.





Numa aposta em tentar trazer um público mais jovem à Moagem, segundo Toni Barreiros, mentor da iniciativa, o Conjunto Corona não desapontou, começando o espectáculo para uma plateia de variadas idades, numa sala meio cheia.

 

Considerando o nome da banda, seria impossível não haver uma referência com o vírus corona e, por isso, foi com um “obrigado por estarem aqui, apesar do corona”, que o grupo se apresentou em palco. Logos, dB, Kron Silva e o inconfundível Homem do Robe começaram com a “187 no Bloco”, do álbum “Santa Rita Lifestyle”, música na qual o Homem do Robe levantou, orgulhosamente, o seu cinto de campeão. Apesar da sala estar um pouco mais do que a meio gás, o final da primeira música foi recebida com uma energética salva de palmas e, sem quebrar ritmo, rapidamente nos presentearam com o tema “Faz um bico a Deus”.

 

Conjunto Corona - Sons à Sexta

Conjunto Corona – Sons à Sexta

 

O lo-fi hip hop do Conjunto Corona traz-nos uma fluidez impressionante, com 3 vozes a encherem os silêncios e a acabarem as frases uns dos outros, mostrando uma experiência de vários anos, em palco, sem esquecer o trabalho incansável do Homem do Robe e dos seus passos de dança boémicos. É também notória a facilidade do grupo em alternar entre o característico lo-fi para um registo mais hardcore, nem que seja apenas por uns meros segundos. Há também um à-vontade enorme, principalmente do dB, que apresenta cada música com uma pequena história e dedicação especial, como por exemplo quando dedica uma a Rui Reininho e à sua capacidade de esconder um charro atrás das costas quando é interrompido por uma simpática senhora que o queria cumprimentar.

 

 

Poucos devem ser os concertos dos Conjunto Corona em que as pessoas se mantêm sentadas e, por isso, houve sempre uma brincadeira à volta disso, com um “devem estar confortáveis, aí sentadinhos”, ou “isto é tão intimista que parece que estou a mostrar a minha música aos meus avós, na minha sala de estar”. Ainda assim, e talvez culpa dos shots de hidromel que o Homem do Robe, generosamente, ofereceu às primeiras filas, na música “Pacotes”, do álbum “Lo-Fi Hipster Trip”, há uma senhora que se levanta e começa a dançar perto do palco, rapidamente seguida por mais um, outro, outro e outro… Do nada, mais de metade dos presentes estão já à beira dos artistas, de pé, a curtir a música, num momento de arrepiar.

 

Dedicada ao José Cid, que “sabia o que as nossas namoradas faziam, mas não diziam”, “Chino no Olho” foi a música mais bem recebida, mas o momento alto da noite foi quando, antes do último tema, há uma pergunta feita ao público: “Vocês querem vir cá para cima, para o palco?” Considerando a energia que se estava a sentir na plateia, só havia uma resposta possível. Assim sendo, o espectáculo acabou com a “Santa Rita Lifestyle” e com mais de metade da audiência em cima palco, num momento intimo e especial, para quem o sentiu.

 

Os Sons À Sexta voltam dia 3 de Abril, com Manel Cruz, com os bilhetes já esgotados.

 




Adicionado por

João Ribeiro

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