A vigésima edição do Butchery at Christmas Time arrancou no dia 13 de Dezembro – uma Sexta-Feira Treze – no Centro Cívico da Vila do Carvalho, no concelho da Covilhã. Identificar que iria haver, algures naquela rua, um festival de música extrema, não era tarefa difícil: bastava seguir uma cabra preta, que insistia em ficar à entrada, até uma escadaria sombria que descia, finalmente, para um recinto, onde se avolumava, pouco a pouco, para ver as três bandas que actuariam nesse dia: os Capela Mortuária, os Zurrapa e os Simbiose.

 

Após uma breve actuação introdutória de Renato Folgado e de um discurso de gratidão por parte do organizador do evento, Micael Olímpio, os Capela Mortuária – originários de Salamonde, no distrito de Braga – pisam o palco. O concerto consistiu numa espécie de apresentação do seu primeiro EP – Ossadas – que acabaria por ser lançado à meia-noite, apesar de já se encontrar à venda na banca do merchandise, que estava a ser guardada por um gato que aquecia se numa das camisolas oficiais da banda. A performance surpreendeu o público que, apesar de não estar muito irrequieto, ouvia a banda com toda a atenção do mundo. “O concerto foi uma cena estranha, mas até gostei bastante”, diz um dos pagantes do festival.

 

 

De seguida, foi a vez dos Zurrapa assaltarem o palco – banda viseense que substituía os espanhóis Fostioner, que haviam cancelado a sua comparência poucos dias antes. Apesar de estarem um pouco fora do espectro habitual do festival, o quarteto continuou a puxar ao máximo pelo público e a cantar odes ao álcool (P*tas, Vinho e Rock ‘n’ Roll), canções dedicadas a amigos (Zeca, o Arrumador) e até mesmo canções raivosas e anti-governamentais (São Todos uns Anormais).

 

 

Por fim, os Simbiose fecham o primeiro dia com uma performance constituída tanto por faixas do novo álbum – Banalization of Evil – como do início da carreira. Durante toda a performance, os lisboetas foram sempre incansáveis, brutos e esmagadores perante pouco mais de uma centena de pessoas eufóricas, que inclusivamente, ofereciam bebida ao vocalista Johnie, durante os intervalos entre moshpits.

 

 

Após o fim do concerto dos Simbiose, o público esvaziava: era necessário recuperar energias para o dia a seguir. Afinal, esperava-lhes um longo segundo dia de Butchery.