“Tugas do Rock” é uma rubrica semanal que consiste numa série de entrevistas rápidas a bandas portuguesas de rock, que o Cifras.pt teve a oportunidade de ter no WoodRock, em Quiaios, no passado mês de Julho. No segundo episódio partilhamos a conversa que tivemos com o Martelo e o Chaka, mais conhecidos por Greengo.
Para quem não conhece Greengo, o que é que as pessoas podem realmente esperar de um concerto vosso?
Martelo – Se calhar, de um modo geral, uma música pesada. Ainda assim, depois, tem vários subgéneros – rock n’ roll, punk, entre outros… Não te consigo explicar muito bem. É um conjunto de muita tralha, visto que nós ouvimos também muita coisa.
Chaka – Logo à partida, nunca pensámos muito no que é que iríamos fazer. Foi mais na cena de nos juntarmos e ver no que dava.
Pegando um pouco nisso, como é que vocês apareceram? Fala-nos do início dos Greengo.
M – Nós conhecemo-nos numa banda chamada “Pterossauros”. Eu fui substituir o baixista original e conheci o Chaka. Desde aí que temos vindo a tocar juntos noutros projectos, sendo que a dada altura surgiu a ideia de fazermos uma coisa só os dois. Já são uns anos.
Em que ano é que começaram com os Greengo?
M – Finais de 2016, inícios de 2017. É algo relativamente recente. Mas com os Pterossauros, não quero estar a dizer asneiras, mas penso que começámos em 2014.
Relativamente ao Woodrock, é a primeira vez que tocam aqui?
M – Sim
Primeiras impressões?
M – Opá, o sítio é simplesmente altamente. Apesar de estar um tempo mais agreste, o público foi incrível e ajudou-nos a manter a intensidade.
C – Sim, além das condições parecerem altamente, o espaço também é muito fixe.
M – Mas também lá está, nós estreámos o palco. Acho que acabou por ser um pouco mais difícil, mas ainda assim o público foi altamente. E agora acho que ainda vai crescer muito mais.
Vocês são mais banda de ar livre, ou preferem concertos em sítios mais fechados?
C – Nós curtimos cenas mais íntimas, seja em salas fechadas ou recintos ao ar livre. Se houver aquela proximidade, nós adoramos. Claro que também gostamos de tocar em palcos grandes, só que é muito diferente.
M – Sim, bem diferente. Principalmente o contacto…
C – … e a ligação com o público.
M – Podes levar com um copo na cabeça que ninguém te salva disso (risos). Mas sim, tocar em palcos destes é altamente.
Em relação ao vosso EP, Dabstep, está agora a fazer um ano?
M – Sim, o Dabstep faz um ano em Agosto que foi editado pela Ragingplanet.
Falem um pouco sobre esse EP. Vocês têm alguns nomes que saltam à memória em termos de inspirações ou é uma coisa muito vossa?
M – A maior inspiração que me salta assim à cabeça vem de uma cena que fazíamos na altura chamada dab que agora, nos Estado Unidos, fuma-se imenso. E fazer música, claro!
C – Sim, as extrações de BHO e o car*lho. A cena de afundares o óleo para fumares. Com essa brincadeira, acabámos por usar isso no nome do EP – um trocadilho que achámos piada.
M – Mas nós temos outras malhas, que fizemos, antes dessa. Quer dizer, online, só temos uma – o Free The Leaf. Não foi a primeira música que fizemos, mas foi a primeira que publicámos.
Como correu o processo de gravação e edição?
C – Opá, acho que nem estávamos à espera. Estávamos simplesmente a amealhar uma série de sons e de repente surgiu a oportunidade de fazermos o EP. Uns amigos nossos tinham uns dias de estúdio e nós fomos as cobaias deles. (risos) Foi aproveitar e fazer.
M – Eles foram ver um concerto nosso e disseram: ”Estes gajos estão mais que prontos”, sendo que depois surgiu o convite. Naquela altura nem nós próprios acreditávamos que se calhar ia dar no que é hoje. Foi o primeiro álbum, mas correu super bem, apesar de acharmos que podia ter ficado melhor (risos). Mas também foi um processo rápido.
Para acabar, há uma review sobre o vosso EP que diz: “A pausa para respirar chega no final da Red eyes”, precisamente a última música. Este ritmo acelerado que vocês dão vem da vossa personalidade ou vocês sentem que quando entram em palco se tornam noutras pessoas?
M – Eu, um bocado, sim! Do género, eu não falo aos berros, quase praticamente (risos). Não é que me transforme noutra pessoa, mas é aquela cena de estar a sentir a minha maior paixão – estar ali a tocar a minha música para um público que está a gostar.
C – E um gajo também curte descarregar.
C – Sim, sim.
M – E até não é propositadamente. Chegamos ali e é uma coisa natural. Acho que só assim é que as pessoas também sentem o que a gente está ali a fazer. Mas na vida real somos gajos tranquilos. Às vezes somos malucos, mas no geral somos tranquilos.
João Ribeiro
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